O LEÃO SOB A INFLUÊNCIA DA EMOÇÃO

Janeiro 2023

Quer receber as nossas newsletters? Inscreva-se aqui

Os neurocientistas estudaram esta questão: o que acontece no nosso cérebro quando contemplamos uma obra de arte? A resposta é surpreendente. O cérebro liberta dopamina, a mesma hormona presente no nosso organismo quando estamos apaixonados. Este estudo conduzido por neurobiólogos em Londres em 2012 examinou voluntários contemplando obras de arte de grandes mestres. E demonstra, de forma irrefutável, a forma como a arte estimula as nossas emoções mais íntimas e profundas. Contudo, a arte, o teatro e a música, consideradas artes nobres, não são domínio exclusivo das emoções. Podemos descobrir a arte em qualquer sítio desde que a saibamos ver, e a emoção pode surgir a qualquer momento.

Liberdade

O carro sempre foi uma bolha indestrutível de liberdade. Inicialmente, é claro, esse sentimento estava intimamente ligado à facilidade de movimento. Os anos 60 testemunharam a emersão das chamadas road trips e o seu mundo imaginário, ancorado no subconsciente colectivo. Por exemplo, a Route 66, nos Estados Unidos da América, tem sido vastamente referenciada - no cinema, música e literatura - como um símbolo de liberdade.

Hoje, o carro continua a ser um casulo que oferece um parêntesis, um tempo para si mesmo: uma comodidade cada vez mais rara e preciosa.

O desejo

É raro um "objeto" despertar tanta paixão. Nascida da nossa vontade de conquistar o mundo através da estrada, esta espécie agora robótica, que reage e obedece num piscar de olhos, oferece-nos uma sensação inebriante da qual já nos tornámos dependentes. Já em 1907, o famoso escritor e jornalista francês Octave Mirbeau não se enganou ao escrever: "Qualquer viagem de carro é antes de tudo uma viagem dentro de si".

O apego emocional e a estética

De acordo com um estudo realizado em 2020 pelo instituto ELABE, seis em cada 10 condutores apegam-se emocionalmente aos seus carros e até oito em cada 10 são jovens (77% de 18 a 25 anos, 76% de 25 a 34 anos anos de idade). Cinco em cada 10 dos inquiridos vêem o carro como uma forma de expressar a sua identidade. Cerca de 80% dos condutores acredita que os fabricantes atribuem mais importância ao design dos carros do que no passado. E 74% dos condutores acha que os carros de hoje são mais bonitos do que os de há 10 anos atrás. No que diz respeito ao design, três quartos dos inquiridos dizem ser sensíveis ao design das viaturas, 46% à cor, 40% ao interior, sendo que os jovens estão mais atentos aos bancos, aos ecrãs digitais e ao design da grelha frontal.

Estética

De acordo com o mesmo estudo, quando questionados sobre os países que produzem carros de design mais bonito, os entrevistados colocaram três países europeus no pódio: Alemanha (75%), seguida de perto da França (74%) e Itália (47%). Os outros países (Japão com 29%, Estados Unidos com 26%, Reino Unido com 19%, Coreia do Sul com 13%, Suécia com 10% e China com 7%) ficaram muito atrás dos três primeiros.

DESCUBRA OS NOSSOS ARTIGOS